Trabalhadores ‘duelam’ e apresentam inovações para solucionar problemas da empresa

A pandemia da Covid-19 fez com que as empresas investissem mais em inovação e mobilizassem ainda mais os colaboradores para encontrar soluções para maximizar os processos das companhias. De acordo com o estudo do Índice CESAR de Transformação Digital, realizado em 2020 para mapear o nível de maturidade digital das empresas brasileiras, cerca de 23,7% dos participantes afirmaram que a transformação digital se tornou prioridade no planejamento das companhias, 7,3% a mais do que o registrado em comparação com o ano anterior.

 

Diante desse cenário de modificações, empresas do setor têm promovido ações para incentivar a adoção de soluções criativas para os próprios processos. A GPL Incorporadora, por exemplo, realizou neste mês o primeiro desafio criativo da empresa, mobilizando trabalhadores administrativos e dos canteiros de obras a desenvolverem projetos que incentivem o desenvolvimento de ideias por meio da tecnologia e da automação para garantir o bem-estar dos colaboradores e a adoção de novos processos dentro da empresa.

 

O gerente comercial e de marketing da GPL, Eloy Pinheiro, foi o idealizador da iniciativa que contou com 55 participantes e 37 projetos inscritos. Ele afirma que o objetivo do desafio foi dar voz aos trabalhadores e promover a integração entre os departamentos. “Muitas vezes, os colaboradores pensam em algo interessante ou uma solução de problema e acabam não encontrando oportunidades para apresentar suas ideias com a correria do cotidiano. O objetivo é justamente proporcionar e incentivar os trabalhadores a apresentarem seus projetos e avaliar como podemos implementá-los”, detalha Pinheiro, que revela que pretende fazer o desafio uma ou duas vezes por ano.

Projeto vencedor

A vencedora do primeiro desafio foi a coordenadora de desenvolvimento de produtos Vivian Quaresma. Ela pensou em um projeto de debêntures (título de crédito representativo de um empréstimo que a empresa realiza com terceiros) para colaboradores da GPL, representando benefícios para os dois lados. “É uma forma de investimento para o trabalhador. Sabemos que muitos têm dificuldades para juntar dinheiro e, com os debêntures, o funcionário pode criar uma carteira de investimentos, depositando um valor acessível e, ao final, pegar esse dinheiro extra e comprar um imóvel, por exemplo”, detalha a vencedora do desafio, que ganhou um voucher viagem no valor de R$ 2.500.

 

“A ideia busca beneficiar os dois lados: o trabalhador, que deposita um valor, economiza e ganha retornos com valores acima da poupança; e a empresa, que ganha uma receita a mais, algo que pode fazer a diferença, principalmente no início de um novo empreendimento”, completa a coordenadora de desenvolvimento de produtos. Já o segundo lugar foi do auxiliar de escritório Kalebe Cardoso, que pensou em um canal em uma plataforma de compartilhamento de vídeos para divulgação de conteúdo de engenharia, arquitetura e personalização. “Esse tipo de iniciativa é importante porque nos sentimos incorporados ao processo. Isso acaba nos valorizando e dando oportunidades para conversar com outros departamentos e pessoas da diretoria”, afirma o auxiliar, que ganhou uma caixa de som portátil.

 

Inovação para os clientes

Além dos colaboradores e da empresa, os clientes também foram lembrados durante a premiação. A analista de projetos Danielly Gomes pensou em uma ferramenta de personalização para os futuros moradores dos empreendimentos pensarem em opções de plantas e acabamentos para o imóvel. “Essas escolhas vão alimentando um carrinho de compras em um formato de aditivo, já com assinatura digital do cliente. Isso gera relatórios que são repassados para o setor de obras, responsável pela execução das escolhas, e para o departamento de planejamento, que receberá informações das tendências de gostos dos potenciais compradores”, afirma a engenheira civil vencedora de um jantar de R$ 500 e que iniciou na empresa como estagiária.

 

Diante do sucesso dos projetos, a incorporadora ainda resolveu premiar projetos com menções honrosas. Um deles foi o do engenheiro civil Wesley Ricarte, que pensou em capacitar e formar profissionais dentro do canteiro de obras. “Atualmente, encontramos dificuldades para encontrar profissionais para exercerem algumas funções no canteiro de obras, pedreiros e carpinteiros. Meu projeto foi pensado em formar instrutores no trabalho para que possam ensinar os serventes a ocupar outras funções e melhorar os seus rendimentos”, destaca o engenheiro, que ganhou um jantar de R$ 250.