Apesar da cutelaria ser um hobby majoritariamente masculino, a arte de fazer facas artesanais vem conquistando também as mulheres. A profissão tem técnicas que podem ser hostis a muitas delas, pois exige força para forjar o metal a marretadas, pique para suportar fornos de mais de mil graus centígrados, habilidade para lidar com lixadeiras que podem destruir um dedo. Mas já existem algumas poucas adeptas e entusiastas da cutelaria. E, algumas, estarão em Goiânia nos dias 12 a 14 de julho, no Goiânia Knife Show (GKS). O evento nacional irá reunir os amantes do segmento espalhados por todo território brasileiro, entre elas algumas cuteleiras.
Uma delas é Juliana Souza Baioco, reconhecida internacionalmente, considerada a primeira cuteleira brasileira e participante do reality Desafio sob Fogo Brasil América Latina, programa produzido pelo History Channel em que os melhores ferreiros competem na fabricação de vários tipos de armas, entre elas as facas.
Professora universitária e doutora em Engenharia Civil, ela descobriu sua vocação durante uma viagem a Toledo, no Paraná, onde se encantou com a tradição secular de produção de aços. Hoje, Juliana não só forja facas de bolso e de sobrevivência, mas também compartilha seu conhecimento como co-fundadora da primeira oficina de Cutelaria compartilhada no Rio de Janeiro.
Silvana Mouzinho também estará presente no GKS, que acontecerá na Villa Cavalcare, onde irá expor sua produção artesanal. Ela, que era secretária executiva, acabou se apaixonando pela cutelaria e hoje dedica-se totalmente ao segmento das facas artesanais, sendo também a responsável pelo Salão Paulista de Cutelaria.
“São mais de 29 anos de amor e dedicação pela atividade. Fui a primeira cuteleira a ter um site porque queria divulgar a cutelaria e conectar pessoas que já eram apaixonadas por facas”, conta. Ela também esteve no reality Desafio sob Fogo Brasil América Latina.
Goiás também tem representante feminina no mundo da cutelaria Luciene Marques de Lima, da cidade de Pires do Rio. Ela tem se destacado na cutelaria desde 2021, após ser incentivada por seu marido, Leandro Pires, e por uma amiga. Em suas próprias palavras, cada peça criada é uma obra de arte que a emociona. “Para mim a cutelaria é um universo encantador e acolhedor, vai além do trabalho”, finaliza.