O ex-presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra) Lucas Vissoto foi preso nesta terça-feira (28/01), pela Polícia Civil (PC). Lucas é suspeito de cometer fraude milionária em contrato da Goinfra com uma empresa privada do Distrito Federal referente à manutenção de prédios públicos nos anos de 2023 e 2024 qual teve por objeto a contratação de serviços de reforma e manutenção em 26 prédios públicos no Estado de Goiás, com o valor final contratado de quase R$ 28 milhões.
Segundo a PC, as irregularidades chegaram ao conhecimento das autoridades policiais por meio de relatórios técnicos e inspeções realizadas pela Gerência de Inspeções da Secretaria Estadual de Infraestrutura (SEINFRA), pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e pela Gerência Estratégica da Polícia Civil na SEINFRA, por meio dos quais se evidenciou que a empresa contratada obteve diversos pagamentos irregulares antecipados, sem que as obras ou serviços fossem suficientemente realizados para justificar os pagamentos, além de fortes indícios de superfaturamento nas intervenções.
De acordo com a Polícia, estima-se que os prejuízos iniciais ao erário público, causados pelos pagamentos indevidos, tenham sido de mais de R$ 10 milhões, estando excluído deste valor o dispêndio que o Estado ainda terá para reconstruir as estruturas que foram demolidas, mas não reerguidas pela empresa contratada.
A Polícia suspeita, que havia um provável esquema de avocação premeditada de procedimentos de contratação, contra disposição legal ou regulamentar, com a finalidade de beneficiar empresas contratadas e os agentes públicos ora investigados.
Segundo a PC, verificou-se também fortes evidências de lavagem de dinheiro, pois o fluxo financeiro do numerário, irregularmente obtido pelos pagamentos antecipados à empresa contratada, convergia para outras empresas sediadas no Distrito Federal, todas ligadas a familiares e amigos do “sócio oculto” da empresa contratada, além de diversos saques realizados diretamente na “boca do caixa”, logo depois da realização dos pagamentos irregulares.
NOTA DO GOVERNO DE GOIÁS:
Em nota oficial, o Governo de Goiás enfatizou que a operação só foi possível graças ao trabalho de seus próprios órgãos de controle. “A gestão estadual mantém tolerância zero com desvios de conduta no uso do dinheiro público e continuará colaborando para que os fatos sejam rigorosamente apurados e os responsáveis, devidamente punidos”, destaca o comunicado. A gestão do governador Ronaldo Caiado reafirmou ainda que “não ‘passa pano’ para ninguém e não há possibilidade de segunda chance”, finalizou.