O comércio varejista acumula crescimento de 2,3% em 2022, segundo dados divulgados em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com números coletados até abril. Quatro das oito atividades do varejo tiveram alta naquele mês, com destaque para móveis e eletrodomésticos (2,3%) e tecidos, vestuário e calçados (1,7%). Os números mostram a retomada do comércio, que conta com a ajuda do e-commerce no pós-pandemia.
Tendência antes da Covid-19, as vendas on-line explodiram a partir de 2020 com as lojas fechadas por conta do isolamento social. No primeiro trimestre deste ano, o setor teve alta de 12,59% nas vendas em comparação com o mesmo período de 2021, e o faturamento, 11,02%. Os dados são do índice MCC-ENET.
No primeiro Dia do Comerciante sem as medidas restritivas por causa do avanço da vacinação contra a Covid-19 – o dia é celebrado no próximo 16 de julho – lojistas comemoram e seguem a adaptação das vendas de forma presencial e digital. Proprietária da loja Cantinho do Cachorro, no Shopping Estação Goiânia, Waldirene Gles conta que suas vendas estão divididas. “Está meio a meio, os clientes voltaram lentamente, mas com a retomada dos eventos, as vendas em junho foram melhores. No on-line vendo pelo Instagram e pelo WhatsApp, mas é mais lento, em razão das medidas dos pets”, explica.
O comerciante Paulo Henrique Bessa dos Santos possui a loja Detroit Jeans desde o início do Shopping Estação Goiânia, há cerca de 15 anos, e diz que em seu ramo as vendas seguem virtualmente, em sua maioria. “Fazemos as divulgações pelas redes sociais, Facebook e Instagram, e as vendas são realizadas pelo WhatsApp. Nesse meio vendemos apenas no atacado, atingindo mais os clientes de outros estados”, detalha ele, que acabou de abrir uma segunda loja no centro de compras, a Detroit Bolsas e Acessórios.
Caminho sem volta
Para o lojista Pedro Henrique Teodoro de Azevedo, da loja Márcia Azevedo, que está há 10 anos no Estação, o comércio virtual foi fortalecido com a pandemia. “Antes as pessoas tinham resistência com as vendas on-line, agora não mais. Antes, o vendedor ficava esperando o cliente na loja, agora é preciso ir atrás”, ressalta ele, dizendo que na sua loja as vendas virtuais e presenciais também são bem divididas.
Especialista em roupas para festas, o comerciante foi afetado duplamente com a paralisação da pandemia. “Quando o comércio pôde ser reaberto, os eventos ainda estavam proibidos e não vendia nada, agora a demanda está alta. Vendo principalmente vestidos para madrinhas de casamento”, detalha. “E se tem demanda alta no on-line, consequentemente a loja física também tem mais movimento, pelo menos no meu ramo é assim”, comemora.
Ele explica que algumas vendas fazem-se somente virtualmente, inclusive para clientes de outros estados, mas muitas vezes o atendimento inicia on-line e é finalizado na loja física. Pedro Henrique possui oito atendentes para sua loja e duas vendedoras exclusivas para o atendimento virtual, que começa pelo Instagram, onde tem um link para direcionar o cliente para o WhatsApp. “Espero fortalecer o on-line e em pouco tempo montar um site e ter mais consultoras para o virtual”, almeja.