No próximo dia 7 de dezembro, comemoramos o Dia Internacional da Aviação Aviação Civil, um setor da economia, que além de movimentar bilhões de reais, traz um forte impacto socioeconômico às localidades que abrigam ou concentram serviços e estruturas aeroportuárias. E dentro dessa atividade econômica, o segmento da aviação executiva está entre os que mais crescem no Brasil. Dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) apontam que, entre abril do ano passado e o mesmo mês deste ano, o país registrou um aumento de 8,7% em sua frota de jatos executivos, passando de 689 para 749 aviões. Foram 60 aeronaves adquiridas em apenas 12 meses. Também entram dentro dessa frota da aviação executiva outros tipos de aeronaves, como monomotores, bimotores e aviões agrícolas.
Juntando aeronaves de todas essas modalidades, o Brasil ostenta o título de segunda maior frota executiva do mundo, com 16 mil aviões particulares. Fica atrás apenas dos Estados Unidos, que ultrapassam as 20 mil aeronaves privadas. Num país de dimensões continentais, a demanda brasileira pelo modal aéreo sempre foi grande, e pode aumentar ainda mais com o avanço do E-commerce, que requer cada vez mais uma logística eficiente e segura.
Por isso, os aeroportos, num mundo cada vez mais globalizado, são uma infraestrutura que ganha especial importância como vetores de desenvolvimento urbano e econômico, e que chama a atenção de qualquer município que gostaria de receber o título de ‘aerotrópole’, termo usado para classificar cidades que se desenvolvem de forma integrada e em sinergia com aeroportos. No Brasil, uma das cidades candidatas a ser uma aerotrópole é Aparecida de Goiânia, localizada ao lado da capital de Goiás, no centro do País, e que já tem entre suas principais vocações econômicas a indústria e os serviços de logística. O município deve contar com o início das operações do maior pólo aeronáutico do Centro-Oeste, o Antares Polo Aeronáutico, no fim de 2024, quando está previsto para ser entregue a primeira das cinco etapas do mega empreendimento.
O mega empreendimento, capitaneado pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações, prevê investimentos da ordem de R$ 100 milhões e ocupará uma área de 209 hectares. Além de uma pista para receber aeronaves de pequeno, médio e grande porte, o Antares contará com uma ampla infraestrutura voltada para os serviços de aviação, como hotel executivo, hangares, heliponto, terminal de passageiros, restaurante, áreas para carga e descarga, estacionamento para aeronaves e hangares para empresas de manutenção e de logística.
De acordo com um dos sócios do empreendimento, Rodrigo Neiva, as cidades surgiam há muitos anos em torno de polos ferroviários e portos, isso quando a maior parte da economia era alimentada pelos modais ferroviário e marítimo. À medida que o frete aéreo ficou mais econômico, os aeroportos se tornaram cada vez mais atraentes para depósitos e fabricantes, e assim uma ampla cadeia produtiva surge em torno desse tipo de equipamento urbano.
“Quando surgiram as viagens aéreas, os aeroportos eram construídos longe da cidade, onde havia terrenos de baixo custo e os aeroportos não trariam barulho para os moradores, ou seja, eram isolados de centros comerciais. Hoje as aeronaves e os próprios aeroportos lançam mão de normas de segurança e de tecnologias que reduzem muito esse impacto. Hoje, um aeroporto é muito mais do que só uma pista, balcões de check-in e portões de embarque, é uma infraestrutura preparada para a integração ao meio urbano”, destaca Neiva.
Indutor de desenvolvimento
Conforme Rodrigo Neiva, os modernos aeroportos são uma estrutura indutora de desenvolvimento em cidades aeroportuárias que crescem em sinergia com as atividades e serviços ligados direta e indiretamente à aviação. “Alguns construtores e economistas vêem os aeroportos como um dos desenvolvimentos mais potentes da vida urbana. A cidade aeroportuária oferece novos serviços e comodidades, como lojas, hotéis e entretenimento. Ela também se comunica com muitos negócios internacionais ou relacionados a transportes que se instalam nas áreas próximas. Esses centros são potências econômicas que geram empregos, renda e infraestrutura”, explica.
Se depender da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, onde o Antares está sendo construído, a cidade receberá o título de nova aerotrópole do Brasil. Para André Luiz Rosa, secretário municipal da Fazenda, um aeroporto de grande porte, não só traz uma nova e promissora cadeia econômica para o município, mas também dinamiza as que já existem. “Teremos um polo de serviços aeronáuticos que irá gerar receita tributária para o município, que também vai atrair uma mão de obra altamente qualificada, que por sua vez demandará uma rede de serviços igualmente qualificada. Portanto, um aeroporto desse porte cria um efeito em cadeia muito positivo para a cidade. Ou seja, o município ganha e muito”, destaca o secretário.
Além da posição geográfica extremamente privilegiada da cidade, no centro do País, o secretário elenca outras qualidades do município. “Aparecida conta com os melhores índices de segurança de Goiás, especialmente após o projeto Olhos de Águia, com monitoramento por câmeras em toda a cidade. Somos referência no atendimento de creches e de saúde pública. Somos uma das poucas cidades do Brasil com mais de meio milhão de habitantes que não tem problema de congestionamento, pois investimos fortemente na construção de eixos viários; além de sermos também um polo universitário. Tudo isso faz muita diferença quando um empresário ou empreendedor escolhe uma cidade para instalar seu negócio”, frisa André Luiz.