Caiado diz que divisão da direita em Goiás foi provocada por Bolsonaro

Governador criticou postura do ex-presidente e afirmou que derrotas devem servir de lição para 2026

Em entrevista ao Jornal da CBN na manhã desta terça-feira (29/10), o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) enfatizou que partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a iniciativa de dividir a direita nas eleições municipais em Goiás. “Ficou nítida essa posição dele de romper politicamente. A atitude foi dele, não partiu hora nenhuma de nós”, declarou.

Caiado ressaltou que sempre fez uma política de conciliação, mas que, em troca, percebeu uma movimentação bélica do até então aliado. “Ele trouxe todo um aparato político para dentro de Goiânia. Pra quê?”, questionou durante entrevista aos jornalistas Mílton Jung e Cassia Godoy.

O governador disse que a forma do ex-presidente fazer política não surte mais efeito. “O PL resolveu tomar um caminho solo em Goiás, e o resultado foi esse: depois de 36 anos, conseguimos eleger (na capital) um prefeito aliado ao governador do Estado. Foi um tabu a mais que quebramos”, relatou ele, celebrando a vitória de Sandro Mabel (UB) sobre Fred Rodrigues (PL) em Goiânia, por 55,53% a 44,47%.

“Bom senso”
Em Aparecida de Goiânia, segundo maior município do estado, o bolsonarismo também perdeu para a base aliada ao governador. Leandro Vilela (MDB) derrotou Professor Alcides (PL) por 63,60% a 36,40%. Para Caiado, as expressivas derrotas experimentadas pelo ex-presidente em Goiás tiveram um motivo: “Aqui prevaleceu aqui o bom senso, o equilíbrio”.

Durante a entrevista, Caiado criticou ainda o que chamou de “recém-convertidos” à direita que, de repente, “querem dizer o que é pátria, Brasil, família e Deus”. Essas lideranças teriam incitado Bolsonaro a desferir agressões contra o governador. “Mas também tem a parcela dele de ter decidido tomar essa posição, que acho extremamente negativa. Se quisesse fazer uma luta de posições ideológicas, deveria ter ido para Fortaleza ou outras capitais, não pra Goiânia”, comentou.

“Hoje em dia eles acham que, se tem 22, está eleito. A figura da pessoa é acessório. Essa eleição foi uma lição para repensar, ter equilíbrio, buscar candidatos competitivos e alianças políticas, senão será mais uma derrota em 2026”, arrematou Caiado, ao confirmar que será candidato a presidente da República nas próximas eleições.