Combate à cefaleia: pesquisa mostra que metade da população mundial sofre com dores de cabeça

Um estudo de revisão global publicado em abril no The Journal of Headache and Pain estima que 52% das pessoas acima de 5 anos têm cefaleia, um dos distúrbios neurológicos mais prevalentes e incapacitantes em todo o mundo. Mais da metade da população mundial sofre ao menos um episódio de dor de cabeça por ano, sendo que 14% tem a forma crônica da condição, a enxaqueca. Outros 26% possuem cefaleia do tipo tensional (dor leve a moderada, como se fosse um “apertão”), e 4,6% sentindo o incômodo durante 15 ou mais dias por mês.

 

Para alertar sobre a questão, 19 de maio é considerado o Dia Nacional de Combate à Cefaleia. Ao todo, existem mais de 150 tipos de dor de cabeça, que são classificados de acordo com a origem da dor. O neurologista Iron Dangoni Filho, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, ressalta as principais. “A enxaqueca é a mais conhecida, porém a mais comum nas pessoas é a cefaleia tensional, que é mais leve e possui maior frequência. Além disso, destaco ainda a cefaleia trigêmino autonômica e a cefaleia em salvas, mais comum nos homens”, detalha.

 

O médico explica que as dores de cabeça podem ser primárias e secundárias, quando são causadas por alguma outra doença, como um tumor ou AVC. “Entre as primárias, os sintomas podem se diferenciar. Por exemplo, a enxaqueca costuma ser moderada a forte, apenas de um lado, com duração de cerca de três dias e com sintomas associados, como a fotofobia (sensibilidade à luz) ou fonofobia (sensibilidade aos sons). Já a cefaleia tensional geralmente é uma dor atrás da cabeça, mais leve e que pode piorar ao longo do dia e durar até sete dias”.

 

Como se prevenir


Iron Dangoni Filho destaca que a maioria das pessoas faz apenas o tratamento para tirar a dor, que é feito com remédios. Contudo, ele conta que é possível realizar a prevenção. “Para os que já têm dores de cabeça é possível evitar que elas apareçam com medicamentos. Porém, muitos preferem o tratamento não medicamentoso, que pode ser feito com exercícios físicos, ioga, acupuntura, massagem e boa alimentação. Ficar sem dormir longos períodos pode ser gatilho para crises também, bem como ficar muito tempo sem comer”.

 

O especialista ressalta que a automedicação para as dores de cabeça também é algo perigoso. “Existe a cefaleia por uso excessivo de analgésico, que acontece quando se muda o tipo de dor em razão do uso dos remédios. Normalmente ela fica pior e pode cronificar, o que dificulta o tratamento”, afirma. Ele revela que, quando a dor aparece com frequência, deve-se procurar um neurologista. “Quando acontece quatro vezes por mês já há indicação. Se a dor de cabeça aparece menos vezes, mas são fortes, também é preciso ir atrás de ajuda. Quando ela muda o padrão também é sinal de alerta, por exemplo,quando não responde aos analgésicos ou quando tem uma intensidade bem mais intensa que o habitual”, detalha.