Ah, os amores de carnaval! Quase sempre trazem boas lembranças! Mas às vezes também podem trazer alguns incômodos. Um deles é a mononucleose infecciosa, também conhecida popularmente como “Doença do Beijo”. O tema voltou a estar em pauta no noticiário de saúde, não apenas pelo carnaval, mas também por um recente episódio envolvendo a cantora Annita, que admitiu o diagnóstico de infecção pelo vírus Epstein-Barr (herpesvirus humano tipo 4), causador da mononucleose infecciosa.
No período carnavalesco, quando o contato entre foliões é mais frequente, seja por beijos na boca, compartilhamento de bebidas e contatos íntimos, pode ter um maior risco de transmissão da doença. Para pular a folia dos próximos dias com mais segurança confira a seguir as dicas dadas pela médica infectologista Marília Dalva Turchi, que atende no Órion Complex, Goiânia.
O que é a “Doença do Beijo”
Doença do Beijo nada mais é do que o nome popular dado à mononucleose infecciosa. O vírus causador da mononucleose (Epstein-Barr), foi identificado pela primeira vez, em 1964, em fragmentos de um tumor (Linfoma de Burkitt) em uma criança originária da África Subsaariana.
O principal vírus causador da doença do beijo ou mononucleose é o vírus Epstein-Barr. Segundo a infectologista Marília Dalva Turchi, ele” é transmitido principalmente pelo contato com a saliva, beijos ou compartilhamento de bebidas ou objetos contaminados levados à boca”.
Sintomas e diagnóstico
“As manifestações mais comuns são: febre, dor de garganta, aumento de gânglios (ínguas), cansaço e, eventualmente, manchas avermelhadas (exantema) no corpo”, afirma a infectologista.
Ela informa que a suspeita da doença baseia- se na presença de sinais e sintomas tais como: febre, dor de garganta e aumento de gânglios, sobretudo no pescoço. “Entretanto, outras doenças infecciosas podem apresentar os mesmos sintomas, nos primeiros dias da doença. É importante fazer uma avaliação médica para direcionar corretamente a investigação”, E esclarece que exames laboratoriais tais como hemograma e testes sorológicos específicos permitem fazer o diagnóstico da doença.
Transmissão
A transmissão do vírus da mononucleose é pela saliva e por objetos contaminados. “A infecção é transmitida principalmente pela saliva e secreções orais, por compartilhamento de copos, entre outros objetos e, potencialmente, por contato sexual”, entretanto, a mononucleose não é considerada uma doença sexualmente transmissível, esclarece a especialista.
Dra. Marília explica que a infeção pelo Epstein-Barr ocorre com frequência na infância, geralmente de forma assintomática, ou com poucos sintomas. Entretanto, adolescentes e adultos quando se infectam apresentam manifestações clínicas mais exuberantes com febre prolongada, gânglios aumentados, cansaço e manchas no corpo.
Segundo a infectologista, a doença dura em média 2 a 4 semanas. “Os gânglios (ínguas) podem permanecer aumentados durante várias semanas. Com frequência, algumas alterações nos exames de sangue persistem por tempo prolongado”, específica.
Tratamento
Não há um tratamento específico para a ‘doença do beijo’. Geralmente, são indicados medicamentos para aliviar os sintomas da doença, como analgésico e antitérmicos para febre e dor de garganta. Não se deve tomar antibióticos, pois não tem ação contra o vírus e podem causar uma piora do quadro, com aumento do exantema (manchas no corpo).
Como a principal forma de transmissão da doença é a saliva, a infectologista que atende no Órion Complex dá algumas dicas para evitar a infecção pelo vírus da mononucleose. “Reduzir a exposição à saliva, secreções orais e respiratórias; evitar ou reduzir beijos; evitar compartilhar bebidas e copos. E não esquecer de usar camisinha para prevenir infecções sexualmente transmissíveis tais como sífilis, herpes e HIV ”, orienta a Dra. Marília.