Com a chegada do fim de ano, proximidade das festas e a perspectiva do verão, cresce a busca por formas de perder peso a tempo dessas datas. De fato, uma pesquisa rápida na internet traz uma série de dicas alimentos e dietas. Não é por acaso, já que o relatório Estatísticas da Saúde Mundial de 2021, da Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que 22% da população adulta do Brasil está obesa. Contudo, a nutricionista Maíra Azevedo ressalta que embora seja possível eliminar uma quantidade expressiva de peso nesse prazo tão curto, é importante ter cuidado com promessas de fórmulas mágicas.
Antes de tudo, é preciso fazer uma projeção realista da perda de peso. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corpórea (IMC) – relação entre seu peso e altura – sobe acima de 30. A especialista explica que a elevação nesse valor acende um alerta perigoso para o aumento do risco de doenças como diabetes, cardiovasculares, hipertensão e uma piora considerável na qualidade de vida.
No Brasil, mais de 40 milhões estão nessa situação, sendo que esse número mais que dobrou dos anos 2000 até aqui. Por isso, Maíra reforçar a importância de manter os pés no chão na hora de fazer projeções e definir metas. “Costumamos estimar uma média de perda de gordura entre dois e quatro quilos por mês. Claro que, dependendo do histórico da pessoa, ela consegue reduzir um pouco mais, mas isso é a exceção”, pontua a especialista.
Conforme Maíra, uma redução consistente na balança é alcançada com um processo gradativo e que isso reflete de forma direta na manutenção desse peso no longo prazo. Como destaca a nutricionista, o emagrecimento saudável é lento, cheio de altos e baixos e requer muito aprendizado para se tornar definitivo.
“Se a pessoa engordou 10 quilos em cinco meses, será mesmo plausível achar que irá reduzir esses mesmos 10 quilos em apenas 30 dias? Além disso, não adiantaria eliminar tanto em tão pouco tempo para engordar outros 20 quilos três meses depois”, argumenta.
Segundo a nutricionista, não existem fórmulas mágicas e o sucesso na balança vai depender de uma série de fatores como, por exemplo, se a pessoa já passou por efeito sanfona ou não, se está fazendo exercício, se está dormindo bem e vários outros. Porém, é evidente que a comida certa pode ajudar.
De qualquer forma, isso significa procurar o suporte de um especialista em nutrição e não sair à caça de truques da moda nas redes sociais. “Fazer dietas malucas, extremamente restritivas, do tipo que vemos a todo momento na internet, pode trazer várias consequências para a saúde. Dentre elas podemos citar a perda de massa muscular – que deixa o processo de emagrecimento mais difícil -, deficiência de vitaminas e minerais, platô e efeito rebote, e compulsão alimentar”, alerta Maíra.
Mais do que isso, a nutricionista destaca que passar o dia tomando chás ou fazer dietas da sopa, retirando os carboidratos do cardápio, são decisões que, além não terem o resultado esperado, também podem comprometer a saúde da pessoa.
Maíra afirma que alguns alimentos realmente podem ajudar no processo de emagrecimento. Ela explica que os principais aliados são aqueles que dão mais saciedade. “Ao ingerir um desses alimentos, você comerá pouco e ficará mais tempo satisfeito, gerando assim um déficit calórico, que é o ponto chave para o emagrecimento”, esclarece.
Confira algumas dicas do que não pode faltar em uma alimentação saudável:
- Inclua fontes de proteínas em todas as refeições principais (café da manhã, almoço, lanche e jantar);
- Inclua alimentos fontes de gordura boa (por exemplo, castanhas e abacate);
- Consuma muita verdura crua e cozida;
- Exemplo de refeições:
- Café da manhã rico em proteína – pão com ovos mexidos + leite com café sem açúcar;
- Meio da manhã – fruta com castanhas;
- Almoço e jantar – metade do prato de verduras cruas e/ou cozidas + arroz, feijão e proteína;
- Lanche da tarde – sanduíche natural com patê de frango ou quibe assado.