Após o surto de influenza e covid-19 que atingiu diversas regiões do país no fim de 2021 e início de 2022, além da vacina contra a covid-19, o imunizante da gripe ganhou protagonismo com a nova cepa H3N2 e gerou debate social sobre a importância da vacinação para proteção da saúde da população e para erradicação de doenças infectocontagiosas.
Em abril, começa mais uma campanha de vacinação contra a gripe e, como o vírus (influenza) sofre constante mutação, é importante vacinar a população todos os anos.
Para o infectologista Alberto Chebabo, gerente de relacionamento médico da Dasa, o principal motivo da alta circulação do H3N2 no fim de 2021 e início de 2022 foi a baixa adesão à vacina da gripe. Mesmo nos grupos prioritários, como idosos e crianças, a campanha não atingiu o objetivo esperado. “As vacinas são fundamentais para reduzir a disseminação de doenças infectocontagiosas. Se não houver uma cobertura vacinal acima de 95% na população, de uma forma geral, não é possível controlar a doença, o que pode contribuir para a disseminação da cepa”, explica Chebabo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as pessoas, a partir dos seis meses de idade, se vacinem contra a gripe, independente se há algum tipo de comorbidade ou não. A única contraindicação, além dos bebês com menos de 180 dias, é o histórico de alergia grave à vacina da gripe em anos anteriores.
Logo, a vacina da gripe não é apenas para os idosos. Pessoas que tenham doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, cardiopatas e doenças pulmonares estão dentro do grupo prioritário, que precisam tomar a vacina da gripe todos os anos. Além disso, grávidas e puérperas (mulheres que passaram pelo trabalho de parto nos últimos 45 dias) também devem se vacinar contra a gripe.
Inclusive, o infectologista do Exame/Dasa David Urbaez reforça que, apesar de terem sido excluídas da campanha de vacinação do Ministério da Saúde deste ano, as crianças de cinco anos de idade também fazem parte do grupo prioritário. “Essa faixa etária é considerada grupo de risco. Quando essas crianças são infectadas pelo vírus podem desenvolver a forma grave da doença e, em muitos casos, ir a óbito”, enfatiza o infectologista.
“A gripe é uma doença séria e pode gerar complicações, evoluindo para o quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, detalha a infectologista e consultora de vacinas da Dasa Maria Isabel de Moraes Pinto. Segundo a médica, os sintomas das síndromes respiratórias são muito parecidos e é um desafio diferenciar a infecção pelo Sincicial Respiratório (VSR) e outros agentes, como a gripe comum e o próprio coronavírus.
Covid-19 e influenza
O infectologista da Dasa Alberto Chebabo alerta que, mesmo os que receberam a dose da vacina contra gripe no fim de 2021 ou início de 2022, devem tomar a nova vacina a partir de abril. Ele também recomenda que não haja atraso entre as vacinas, tanto contra a covid-19 quanto da gripe. “Não há necessidade de esperar 14 dias (ou menos) entre as doses das vacinas de Covid-19 e gripe. A pessoa poderá tomar no mesmo dia as doses dos dois tipos diferentes dos imunizantes”, explica Chebabo.
A infectologista Maria Isabel lembra que apenas no caso das crianças de até 11 anos é necessário o intervalo de 15 dias entre as doses contra a covid-19 e contra a gripe, para que seja possível descartar qualquer reação cruzada.
“Estamos falando da vacina contra a gripe e contra a covid-19, mas aproveito para fazer um apelo aos pais e até aos adultos: aproveitem para atualizar a carteirinha de vacinação. O risco com o sarampo, por exemplo, é preocupante, e a taxa de vacinados vem caindo. Não podemos nos descuidar!”, completa a médica.
Vacina da gripe
A vacina oferecida pela Dasa é a quadrivalente, que contempla em sua formulação proteínas de diferentes cepas do vírus A e B, incluindo a H1N1 (Victoria) e a nova cepa H3N2 (Darwin). “A cada ano, a tecnologia atualiza a imunização com a cepa mais circulante no ano anterior. Isso garante maior proteção à população, principalmente com a chegada do outono, quando a combinação de baixas temperaturas e umidade do ar favorecem a disseminação das síndromes gripais”, aponta Chebabo.