As gêmeas siamesas Yasmin Vitória e Eliza Vitória, vindas de Manaus, seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI Pediátrica) do Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia. Segundo o cirurgião pediátrico Dr. Zacharias Calil, responsável pelo caso, as irmãs estão estáveis, sem sinais de piora clínica, mas continuam em monitoramento intensivo e fortalecimento nutricional.
Uma avaliação clínica detectou hipertrofia no coração em uma das crianças e alteração urológica na outra. De acordo com Calil, o quadro inspira atenção. “Há a possibilidade de uma cirurgia de separação em caráter de “urgência relativa” para evitar o agravamento da saúde das meninas. A decisão final deve ser tomada ainda nesta semana”, disse Zacharias.
Zacharias Calil ressaltou ainda que as irmãs são unidas pelo tórax e abdômen, compartilham o fígado e parte do pericárdio, membrana que reveste o coração. Calil explica que, nesses casos, o sucesso da separação depende da complexidade da união e dos órgãos envolvidos. “Queremos que a cirurgia, se necessária, seja a mais rápida possível para reduzir o tempo sob anestesia. Mas o pós-operatório pode ser simples ou complicado, dependendo das condições clínicas”, afirmou.
O médico destacou outros casos recentes de gêmeos siameses, que, infelizmente, tiveram desfechos fatais, principalmente quando há compartilhamento do coração. “Segundo dados médicos, cerca de 75% dos siameses morrem nas primeiras horas ou no primeiro dia de vida”, ressaltou Zacharias Calil.
