Goiás registrou mais de 4 mil casos de dengue em janeiro deste ano e tem 15 cidades em situação de emergência, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Nesta terça-feira (4), o estado tem 5.689 casos confirmados e outros 12.777 em investigação. A SES-GO informou que, neste momento, não há decreto de emergência em nível estadual.
Os múnicípios em estado de emergência são: Iporá (778 casos), Itapuranga (216 casos), Itapaci (209 casos), Faina (187 casos), Diorama (126 casos), Caçu (102 casos), Mozarlândia (94 casos), Guarinos (80 casos), Americano do Brasil (63 casos), Cromínia (46 casos), Mundo Novo (45 casos), Brazabrantes (42 casos), Santo Antônio de Goiás (37 casos), Mossâmedes (29 casos) e Davinópolis (21 casos).
Mosquito
Durante o início do ano, período com clima quente e aumento das chuvas, há uma alta na proliferação do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água limpa e parada. Vale ressaltar também que a dengue é apenas a doença mais comum causada pelo mosquito, que também é vetor da Zika e Chikungunya.
“É importante nos atentarmos principalmente aos casos graves, onde há complicações e o paciente precisa acompanhar os sintomas e a evolução do quadro da doença”, reforça a Dra. Nívia Ferreira, médica infectologista do HCN, hospital administrado pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed).
Sintomas e complicações da dengue
Os principais sintomas da dengue normalmente são:
- febre alta, acompanhada de dores de cabeça e atrás dos olhos;
- dores no corpo e nas articulações;
- prostração;
- fraqueza;
- manchas vermelhas;
- coceira na pele.
Para casos mais graves, os sinais de alerta são dores abdominais intensas, vômito constante, sangramentos, alterações neurológicas e no humor do paciente.
De acordo com a médica infectologista do HCN, é fundamental que esses sinais de alerta sejam avaliados por um médico especialista, para evitar a evolução da doença para um quadro mais grave e aliviar os sintomas sem comprometer a saúde do paciente.
Um alerta especial deve ser direcionado para pessoas com doenças crônicas, gestantes, idosos e crianças, grupos considerados mais vulneráveis aos impactos da doença, exigindo uma atenção redobrada à prevenção e ao monitoramento desses sintomas.
Prevenção e riscos da automedicação
Durante os períodos chuvosos, os focos de proliferação são ampliados, destacando a urgência de medidas preventivas para conter a expansão desses focos. Por isso, é importante limpar e verificar regularmente esses pontos que podem acumular água. Além disso, o uso de repelentes também se configura como uma prática preventiva eficaz.
Medicamentos como ácido acetilsalicílico (aspirina) e outros anti-inflamatórios, como ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida são estritamente contraindicados em casos suspeitos de dengue.
Esses medicamentos têm propriedades anticoagulantes e podem aumentar o risco de sangramentos, o que é especialmente perigoso em casos de dengue, nos quais hemorragias são uma complicação comum.
“Alguns medicamentos são contraindicados em casos de suspeita ou confirmação da dengue, sendo importante evitarmos a automedicação. É importante também nos atentarmos às notícias falsas e estudos sem comprovação científica sobre medicamentos para tratamento da dengue, pois a dengue não possui tratamento específico por ser uma doença viral”, ressalta Brunna Rodrigues, farmacêutica do HCN.
Tratamento e vacinação
A hidratação também desempenha um papel crucial no tratamento da dengue, contribuindo significativamente para o alívio dos sintomas e a recuperação do paciente. Durante a infecção pelo vírus, a febre e os sintomas associados podem levar à desidratação, aumentando o risco de complicações.
Manter-se hidratado é importante, pois ajuda a compensar a perda de líquidos no corpo, devido à febre e aos possíveis vômitos.
O Brasil se tornou o primeiro país do mundo a disponibilizar vacinas contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas apesar de já existir uma vacina para os 4 sorotipos de dengue, a conscientização da população também é fundamental, tanto para prevenção quanto para o tratamento da doença.
“É de extrema importância a avaliação e o acompanhamento de um profissional de saúde, pois a dengue pode ter complicações sérias e o risco aumenta, caso o paciente já tenha contraído a doença anteriormente”, conclui a médica infectologista do HCN.
Com informações da SES-GO