O Governo de Goiás vai adotar maior rigor na fiscalização do uso do cartão Bolsa Uniforme, por parte de estudantes dos colégios militares e lojistas cadastrados. A medida vem na após a prisão de dois suspeitos de envolvimento na fraude de 63 benefícios, a partir do desconto dos valores de forma indevida.
“Vamos intensificar ainda mais as inspeções dos uniformes adquiridos com estes cartões. Estamos atentos”, afirmou a comandante de Ensino da Polícia Militar, Quéren Hapuque de Leles.
Os presos são um comerciante e uma mulher que seria a aliciadora. Ela atuava para convencer os alunos a participarem do esquema, por meio do qual a loja ficava com 20% a 25% do valor do cartão.
O próprio Comando de Ensino identificou que alguns estudantes não trajavam uniformes novos ou faltavam às aulas por não estarem uniformizados, detalhou o comandante-geral da Polícia Militar, Marcelo Granja, durante coletiva de imprensa realizada no Colégio Estadual da Polícia Militar Vasco dos Reis, em Goiânia.
Os jovens, contemplados com o crédito em agosto, estão suspensos e podem ser transferidos para outras unidades.
“Nós não podemos deixar, em hipótese nenhuma, que uma fraude com 63 cartões, até o presente momento, possa macular a imagem de todos dos colégios militares e, principalmente, do governo do Estado de Goiás”, declarou Granja, ao enfatizar que não há qualquer participação por parte de servidores públicos e que o programa vai continuar normalmente.
“Os autuados vão responder por associação criminosa, peculato e corrupção de menores”, finalizou.
As informações foram repassadas para a Polícia Civil que continuará as investigações, inclusive com apuração de possível envolvimento de pais. O diretor-presidente interino da Agência de Fomento de Goiás (Goiásfomento), Lucas Fernandes, afirmou que também vai intensificar o controle no processo para credenciar os lojistas.
“Nós trabalhamos com rigor. Estamos preparando um novo edital de credenciamento que será ainda mais criterioso”, ressaltou.
Bolsa Uniforme
O benefício é concedido por meio do Goiás Social, que mantém uma rede de fornecedores devidamente cadastrados, fator que possibilitou a rápida identificação das irregularidades e dos autores. A aquisição dos itens é feita em lojas credenciadas e mediante uso de senha. Cerca de 75 mil alunos são atendidos com o programa, que destina R$ 970 para compra do uniforme.