Novo Plano Diretor de Pirenópolis deve gerar emprego no setor de turismo, diz especialista

O relatório de leitura técnica finalizado em agosto mostra que Pirenópolis tem se tornado um dos principais destinos turísticos do Brasil, sendo o  segundo município mais visitado de Goiás no ano de 2019 (registro mais recente). Os dados foram apontados no Diagnóstico de Condições de Vida, presente no relatório técnico finalizado pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico do Centro-Oeste (ITCO), integrante do núcleo de gestão para revisão do plano diretor de Pirenópolis.

 

De acordo com o  arquiteto e urbanista Luiz Fernando Cruvinel, técnico do ITCO com vasto conhecimento em planos diretores, a geração de emprego é algo ligado à competência logística do município de Pirenópolis e, por se tratar de uma cidade turística, a cidade tem a sua demanda de empregos concentrada no setor. ‘No Diagnóstico de Condições de Vida vimos que Pirenópolis já recebia cerca de um milhão e duzentos mil visitantes, tornando- se um dos principais destinos turísticos do Brasil”, esclarece Luiz Fernando.

 

Segundo Luiz Fernando, o plano diretor não trata diretamente da criação de empregos, já que seus aspectos são relacionados às diretrizes de ordenamento territorial. Sobretudo, dentro do projeto é proposta a criação de pólos de desenvolvimento para que se desenvolva a economia da cidade. “Pirenópolis é uma cidade turística e sendo assim, as mudanças precisam ser feitas na área de cultura, criando espaço para eventos, por exemplo, que tem grandes chances de gerar mais empregos e por consequência, atrair mais clientes nas pousadas”, diz o especialista.

 

Para o renomado especialista, a cidade de Pirenópolis não tem vocação para receber indústrias e alguns aspectos políticos precisam ser levados em consideração na geração de emprego.”O projeto precisa facilitar as questões relativas ao turismo em Pirenópolis e não trazer complicações. As mudanças no setor turístico devem acontecer abrindo esse espaço com flexibilidade e sustentabilidade, pontos bem fortalecidos no relatório técnico”, afirma.

 

Para Luiz Fernando, em Pirenópolis podem ser contemplados projetos de ordenamento que melhorem as condições de acessos às cachoeiras e um mercado gerador de emprego no setor rural. O arquiteto ressalta que no caso das cachoeiras, elas poderiam receber mais visitantes e com esse aumento na demanda, mais contratações seriam feitas, orienta o urbanista. “Outro mercado gerador de emprego é na produção agrícola. A cidade é expansiva na área rural com terras boas para o cultivo. Por que não expandir a economia para o setor rural de forma responsável?”, afirma o arquiteto.

 

O  especialista explica que existe uma ligação entre crescimento econômico e sustentabilidade e ninguém fala mais em empreendedorismo sem se preocupar com o impacto causado no meio ambiente. O plano diretor vai estabelecer princípios de sustentabilidade, sociais e de gestão, meio ambiente, sócio-econômico e governança. “Estou falando em meio ambiente urbano que relaciona toda a cidade com a proteção do patrimônio histórico e a melhoria da cidade contemporânea. Precisamos pensar em proteger o Morro do Frota, a Santa Bárbara, a igreja e o rio das almas que passa dentro da cidade”, diz o consultor.