Envolvida em diversas denúncias sobre a má qualidade na prestação de serviços de distribuição de energia, a Concessionária Enel, que recentemente ganhou destaque pela negociação da venda de sua atividade de distribuição de energia em Goiás para a Equatorial, continua a chamar a atenção para suas falhas, enquanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não aprova a transferência. A mais recente denúncia de descaso e má prestação de serviço envolve ninguém menos do que a incorporadora do “Rei” Roberto Carlos.
Um dos maiores nomes da música brasileira e mundial, o cantor e compositor, também é empresário, sócio da Emoções Incorporadora, que tem negócios imobiliários em Goiânia. A empresa, em conjunto com parcerias locais – a GPL Incorporadora, a GMP Incorporação e a Trinus Co – está concluindo a obra do seu primeiro empreendimento imobiliário na cidade, e enfrenta graves dificuldades com a concessionária. Prevista para ser entregue em outubro próximo, a obra passa por um imbróglio com a Enel: ela não retira um poste de energia bem de frente para a garagem dos futuros moradores.
O empreendimento em questão é o prédio residencial de alto padrão Horizonte Flamboyant, localizado na Avenida H, no Jardim Goiás. As empresas já pagaram pelo serviço de remoção do poste em frente ao prédio, com um desembolso no valor de R$ 10.403,14, no dia 28/06/2021 – há mais de um ano.
Apesar do prazo solicitado para a execução da obra já ter se extrapolado, a Enel tem ignorado as solicitações do empreendimento. A concessionária estabelece um prazo de 280 dias após o pagamento do boleto para a execução do serviço, ou seja, eles teriam nove meses e 10 dias para realizar o serviço. O prazo venceu em abril e, neste mês de setembro, completam cinco meses de atraso.
O gerente Técnico da GPL Incorporadora, Daniel Franco, conta que a concessionária de energia elétrica não agendou a realização da obra durante o decorrer do prazo estabelecido. Porém, após o vencimento do período, com a cobrança por parte das incorporadoras, a Enel agendou a visita ao local para realizar a obra por cinco vezes, mas não compareceu para executar o serviço e o problema continua, causando apreensão. Inclusive, a empresa denuncia que a concessionária marcou mais uma visita para resolver o problema no dia 26 de setembro e não compareceu.
“São 152 famílias que devem se mudar para lá até o fim do ano. Temos compromissos acordados quanto a prazo de entrega, que pode ser prejudicado pela falta do serviço prestado pela concessionária”, destaca Franco.
Agora as empresas aguardam uma solução para o imbróglio que se arrasta há mais de um ano, a fim de cumprir o prazo contratual estabelecido com as famílias que já se organizam para mudar para a nova residência. “Já fizemos reclamações na ouvidoria da Enel e até registramos queixa na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); mas não obtivemos sucesso na solução. Nosso desejo é de que esse compromisso seja finalmente cumprido”, afirma Daniel Franco.