Tempo seco e baixa umidade do ar contribuem para o surgimento problemas oculares

Região dos olhos é afetada por irritações e coceiras e o cuidado durante o inverno deve ser redobrado para evitar complicações de saúde como olho seco e conjuntivite

O inverno é geralmente marcado por queda de temperaturas e pela diminuição da umidade do ar, mas, em 2023, o principal aspecto deste período mudou. Durante os meses de julho e agosto, por exemplo, os termômetros marcaram e continuam indicando altas temperaturas no Estado. Com características marcantes do clima de monções, 80% das chuvas em Goiás caem de novembro a março, enquanto que de maio a setembro, a umidade relativa do ar costuma permanecer abaixo de 70%.

Estas características podem trazer diversos problemas para a saúde humana. A falta de umidade no ar leva a uma diminuição na lubrificação dos olhos, o que tem como consequência um aumento significativo no número de pacientes que procuram atendimento médico devido a sintomas como coceira, vermelhidão nos olhos, excesso de lágrimas, sensação de queimação, intolerância à luz e visão desfocada. “Esses sintomas são característicos da síndrome do olho seco, alergias oculares ou conjuntivite”, revela o oftalmologista Fernando Pacheco Veríssimo.

A vulnerabilidade e as irritações que se despertam na região ocular são os principais problemas que surgem com o tempo seco, combinado com o calor e a poluição. Segundo o médico, é imprescindível ficar em estado de alerta e perceber os sinais que o corpo apresenta. “O inverno coincide com um momento de estiagem, então aquelas pessoas que possuem tendências para olho seco passam por um agravamento muito grande dos sintomas, principalmente a sensação de ‘areia’, olhos vermelhos e irritados, muita coceira, a falta de lágrima e o excesso dela. Então esses indicativos são próprios desta época”, relata. “Isso porque paradoxalmente no olho seco pode ter muita lágrima, mas ela evapora muito rapidamente”, explica Fernando Veríssimo.

“De forma geral, é comum não sentirmos ou percebermos os nossos olhos ao longo das nossas atividades diárias, mas se isso ocorrer, ou seja, se essa percepção se manifestar é um indicativo de alguma coisa errada”, alerta. Por isso, segundo o oftalmologista, é essencial procurar um médico, sobretudo porque cada ocorrência tem a sua particularidade. “Após o surgimento de sintomas, o médico oftalmologista irá identificar as causas e realizar um tratamento adequado de acordo com o caso específico. É importante evitar fazer o auto tratamento em casa ou usar colírios sem uma prescrição médica pois isso pode ser realmente muito perigoso”, adverte.

Fernando Veríssimo reforça que beber bastante água por dia alivia não somente os olhos secos, mas também diversas outras síndromes e doenças que podem ser causadas pela desidratação do organismo. “Como nem sempre é possível diminuir o uso do ar condicionado, aumentar a umidade do ambiente ajuda bastante na diminuição dos sintomas”, aponta. Outra dica é reduzir o brilho da tela do computador, principalmente se precisar de um tempo longo para exercer a atividade diante da tela. Também é recomendado equilibrar o ambiente que tenha muita luz natural com cortinas ou persianas.  E para as pessoas que passam horas ao computador, a dica é lembrar de piscar mais.

Por fim, o médico explica que a conjuntivite, por exemplo, pode se manifestar de diferentes maneiras sendo alérgicas, bacterianas e virais. “A dica é, além do acompanhamento dos sintomas com o médico, evitar aglomerações, pois elas favorecem a transmissão de vírus e bactérias e, ainda, redobrar a atenção com alergias já existentes, aconselha.