A partir de 2023, os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal não terão mais a vacinação obrigatória contra a febre aftosa. A suspensão será possível após uma série de ações sanitárias desenvolvidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com os Estados no âmbito do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE/PNEFA), desde o ano de 2017.
O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Essado, afirmou que a suspensão da vacinação obrigatória é mais uma conquista do Governo de Goiás, das entidades representativas dos criadores e dos próprios pecuaristas. “Destaco o relevante trabalho realizado pelo Serviço Veterinário Oficial do Estado, coordenado pela Agrodefesa. É preciso reconhecer o empenho dos fiscais estaduais agropecuários e agentes de fiscalização da Agência, em parceria com profissionais de outras instituições, para que Goiás cumprisse as metas estabelecidas pelo Mapa com o objetivo de suspender a obrigatoriedade da vacina”, enfatizou Essado.
Lembrando que a vacinação ainda continua ao longo deste ano, o presidente da Agrodefesa reforçou que as duas etapas da campanha de 2022, a primeira iniciada no dia 1º de maio e a segunda programada para novembro são fundamentais para garantir a consolidação da retirada da vacina em 2023. “Não podemos descuidar. Precisamos registrar índices muito elevados de cobertura vacinal, tanto em maio quanto em novembro, para chegarmos em 2023 com boas condições sanitárias do rebanho e garantir o pleito de reconhecimento de zona livre de aftosa sem a prática da vacinação”, asseverou José Essado.
O anúncio oficial de retirada da vacinação obrigatória a partir de 2023 foi feito pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, durante a abertura da Exposição Internacional de Gado Zebu (Expozebu), no sábado (30), em Uberaba. “É uma conquista de todos nós, do Ministério, dos estados e dos produtores rurais. E a certeza de que essa união vai fazer cada vez mais a nossa sanidade ser respeitada no mundo, como já é”, disse o ministro.
Situação do Bloco IV
Na organização do PE/PNEFA 2017-2026, o Ministério da Agricultura dividiu os estados brasileiros em blocos com características similares com a finalidade de alcançar maior objetividade na implementação das metas. O Bloco IV, em que está inserido Goiás, é integrado por dez Unidades Federativas mais o Distrito Federal. Nesse bloco, os estados de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Sergipe terão de manter a vacinação obrigatória, porque não alcançaram a pontuação estabelecida pelo Mapa no cumprimento das metas sanitárias.
Mesmo obtendo a condição de suspender a vacinação, os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal ainda precisam manter as ações sanitárias que darão suporte à retirada da vacina. Juntos, essas sete Unidades Federativas contabilizam um rebanho superior a 113 milhões de bovinos e bubalinos e respondem pela maior parte das exportações brasileiras de carne. Em uma fase posterior, o Ministério da Agricultura irá reconhecer nacionalmente essas Unidades Federativas como livres de aftosa sem vacinação e encaminhar processo para o reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Considerando todos os estados brasileiros, a partir do próximo ano, ficarão livres de vacinação obrigatória contra aftosa um total de 13 estados (veja mapa). Desse grupo, os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Acre e parte do Amazonas já são classificados como livres de aftosa sem vacinação, tanto pelo Mapa quanto pela OIE. Já os estados de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins e Distrito Federal terão a vacinação suspensa, mas ainda precisarão obter o reconhecimento nacional e internacional de livres de aftosa sem vacinação.
Em Goiás, a Equipe Gestora Estadual do PE/PNEFA é integrada, além da Agrodefesa, por órgãos e entidades como a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-Goiás); Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg); Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec); Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV); Emater-Goiás; Superintendência Federal da Agricultura do Mapa em Goiás (SFA-Goiás) e Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (EVZ/UFG). Em todas as suas ações, a Equipe Gestora conta com acompanhamento, orientação e supervisão do Ministério da Agricultura.
Etapa atual
O Governo de Goiás inicia neste domingo (1º/5) a primeira etapa de vacinação compulsória contra a febre aftosa de bovinos e bubalinos, nos 246 municípios goianos. Até o dia 31 deste mês, os pecuaristas precisam vacinar seus rebanhos contra a febre aftosa e raiva, conforme estabelecido na Portaria nº 192/2022 da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).
Nesta primeira etapa de 2022, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu pela inversão da estratégia de vacinação contra aftosa, priorizando os animais de zero a 24 meses e não todo o rebanho como ocorria nos anos anteriores. Os animais de todas as idades serão vacinados apenas na etapa de novembro. Nesta etapa está prevista a imunização de aproximadamente 11 milhões de bovinos e bubalinos.
Além da vacinação contra aftosa, a Portaria nº 192 estabelece diretrizes também para a vacinação compulsória contra a raiva dos herbívoros (bovinos, bubalinos, equinos, muares, asininos, caprinos e ovinos) em 121 municípios considerados de alto risco para a doença. Neste caso, devem ser imunizados todos os animais com até 12 meses de idade. A projeção da Agrodefesa é que sejam vacinados 6 milhões de animais contra a raiva.
Comunicação Setorial da Agrodefesa – Governo de Goiás