Volta à normalidade? Após alta, desaceleração no IGP-M pode indicar alívio no bolso de quem paga aluguel

Alívio no bolso de quem mora de aluguel? Depois de altas significativas no ano passado, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) parece estar mais calmo e apresentou queda, em série histórica. Este é o principal indexador dos contratos de aluguel. Conforme aponta levantamento da Fundação Getúlio Vargas, após o período conturbado da pandemia, o índice acumulava alta anual de 37,4%, porém chegou a 0,52% em maio, registrando forte desaceleração em relação a abril (1,41%) e maio de 2021 (4,10%).

Com o resultado, o IGP-M teve valorização de 7,54% no ano e de 10,72% em 12 meses. De acordo com a instituição, o índice foi puxado pelos preços no atacado e no varejo. Para o diretor de operações do Grupo URBS, Marcell Castro, isso repercute de forma positiva nas locações. “Cerca de 90% dos contratos são feitos tendo o IGP-M como a base de cálculo, é um índice muito utilizado. Essa desaceleração, além de facilitar as negociações, também diminui a desocupação”, afirma ele.

Segundo o especialista em mercado imobiliário, em razão do aumento registrado pelo índice no ano passado, diversas negociações entre locatários e inquilinos foram feitas com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Conforme a explicação do diretor da URBS, os contratos podem ser reavaliados a qualquer momento, no entanto, nem sempre os proprietários dos imóveis consideram viável fazer a troca anual dos indexadores.

“O IGP-M atualmente está mais baixo do que o IPC-A. No ano passado, muitas pessoas optaram por negociar e fazer a troca do índice, mas agora houve essa variação. Mas foi uma situação específica, mas, normalmente, os locadores não abrem mão dos reajustes. Porém, o que a gente pode perceber de forma concreta é que essa queda facilita na manutenção das locações e, principalmente, nas negociações dos valores”, reforça ele. Já em relação às previsões sobre a manutenção dos valores, Marcell Castro é cauteloso.

 

Devo ou não  mudar o índice no contrato?

De acordo com Marcell, a alta do IGPM ano passado esteve relacionada aos efeitos da pandemia. Ao mesmo tempo, ele ressalta que não se pode afirmar se o IGPM vai continuar baixo, pois são vários os fatores que influenciam sua variação.

“Acredito que em ano de eleições, especialmente, por ser presidencial, isso pode desestabilizar a nossa moeda perante ao mundo. Esse é um fato que pode fazer aumentar o indexador novamente no segundo semestre, mas não é possível afirmar, tudo é bastante variável. Mas chegar ao patamar do ano passado, é bem difícil, foi algo muito relacionado à pandemia”.