Simpósio realizado na Câmara dos deputados em Brasília na última terça-feira (3) debateu sobre a necessidade de diagnóstico precoce de problemas oftalmológicos, principalmente em crianças, e do acesso ao tratamento disponibilizado pelo SUS. O evento foi realizado atendendo o pedido da Frente Parlamentar Mista da Saúde na Câmara dos Deputados, coordenada pelo deputado federal e médico, Dr. Zacharias Calil (União-GO).
Zacharias Calil destacou a importância da pauta para promover a prevenção e evitar com que aumente os números de doenças que afetam a visão. O médico falou ainda sobre a necessidade da ampliação do acesso ao atendimento preventivo, ao diagnóstico e ao tratamento de doenças oculares com qualidade e com mais agilidade.
“Essa pauta deve ser tratada com prioridade do legislativo. Nós temos que ter um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz que melhore a condição de vida da pessoa e a visão. É importante chamar principalmente do alto nível que está sendo essa discussão”, destacou o deputado.
O evento contou com a presença de vários médicos e autoridades, como o Dr. Marcos Ávila, que presidiu o Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que também é realizado em Brasília (DF), e a Dra. Wilma Lelis Barbosa, que é presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Além da atenção primária e prevenção, entre os temas tratados estão a retinopatia diabética, o glaucoma e a saúde ocular infantil.
Dados sobre doenças oculares do Brasil
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 85% dos casos de cegueira do Brasil poderiam ser evitados com uma simples consulta. O Brasil conta com 7,1 milhões de pessoas com retinopatia diabética. Na rede pública de saúde, o início do tratamento pode demorar de 200 a 1,5 mil dias. Apesar de ter cinco medicamentos para tratar a doença, apenas 17% dos pacientes são tratados e 2,89% recebem o protocolo ideal de tratamento.
A situação do glaucoma no Brasil também chama atenção. Em um recorte apenas da região Sul, a taxa de pessoas com a doença é de 3,4%, o que corresponde a mais de 7 milhões de pessoas. Já quando a gente fala de crianças cegas, no Brasil, a estimativa chega a 27 mil e 54 mil sofrem com baixa visão. Os principais problemas são erros refrativos – miopia e hipermetropia – catarata e glaucoma. Menos de 5% das crianças com deficiência visual têm acesso a serviços de reabilitação visual.