A cirurgia plástica não é exclusiva para deixar as pessoas mais bonitas ou simplesmente mudar algo que não gosta no corpo. O procedimento também é usado para cuidar da saúde. É o caso da cirurgia plástica reconstrutora, cujo método atende o paciente a reconstituir partes do corpo e corrigir deformidades causadas por doenças, terapias extensivas ou congênitas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, cerca de 40% das operações realizadas no Brasil são feitas com objetivo reparador. Essa também é uma das funções do cirurgião plástico, cujo dia é celebrado nesta quarta-feira, 7 de dezembro.
O cirurgião plástico Paulo Renato Simmons de Paula, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca que esse tipo de cirurgia é algo que sempre existiu. “A cirurgia plástica é tão antiga quanto a própria medicina e ela foi desenvolvida baseada em reconstruções. Então a cirurgia plástica vai muito além da parte estética, nós temos exemplos de reconstruções de mama (pós câncer de mama), pacientes que sofreram acidente de carro e tiveram uma destruição de partes da face (traumatismo facial). Pacientes com deformidades congênitas como exemplo quem nasce sem uma orelha, com os dedinhos da mão colados ou lábio leporino, entre tantos outros. Existem inúmeras situações que a cirurgia plástica age que não é só a estética”.
As cirurgias plásticas reparadoras costumam auxiliar as pessoas não apenas na estética, mas também em problemas, como a blefaroplastia, que corrige alterações nas pálpebras. “É indicada quando há uma quantidade muito grande de pele na pálpebra superior, bolsas ou uma queda da sobrancelha, que o termo correto é supercílio. Isso pode, sim, incomodar e gerar um comprometimento do campo visual. Ou seja, essa queda do supercílio, junto com excesso de pele e bolsas pode comprometer a visão lateral das pessoas. No final do dia isso pode provocar um incômodo, um peso e desconforto nessa região”, destaca o especialista.
Outros exemplos
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 650 crianças no Brasil nasce com fissuras labiopalatinas, popularmente chamadas de lábio leporino. Para corrigir essa questão, também entra em cena o cirurgião plástico para um procedimento reparador. “Ajuda a melhorar no convívio social desses pacientes, porque a presença do lábio leporino pode chamar atenção e essa pessoa se sentir extremamente inibida perante a sociedade. Sua correção, na melhoria da parte estética, ajuda essa pessoa no seu convívio social, familiar e até mesmo de trabalho. E na parte funcional pode auxiliar na fala e na alimentação”, explica Paulo Renato.
Ajudar na recuperação após queimaduras também é uma das possibilidades das cirurgias reparadoras. “Esse é um tratamento que vai depender se será necessário apenas curativo ou se haverá procedimento com necessidade de enxerto de pele, que é a colocação de pele no local, ou retalhos, que é do próprio organismo. Pacientes que ficaram com alguma sequela fazem também o que chamamos de reconstrução. São realizadas cirurgias para abrir esse tecido e melhorar através de enxertos. Todas melhoram a parte funcional da pessoa, assim como a estética”, ressalta o cirurgião plástico.
Outro exemplo interessante é a associação de cirurgia estética e reparadora. Como exemplo podemos citar a cirurgia de nariz. “Muitas vezes podem existir alterações funcionais nasais (desvio de septo, hipertrofia de cornetos…) e que podem ser corrigidos no mesmo ato cirúrgico, melhorando a estética bem como a parte respiratória”, salienta o cirurgião plástico. “Importante frisar que toda cirurgia plástica estética tem um fundo reconstrutor, bem como uma cirurgia reconstrutora tem também como objetivo uma melhora estética”, completa Paulo Renato de Paula.