Quase mil pessoas já se intoxicaram com remédios em Goiás, só neste ano

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso racional de medicamentos acontece quando o paciente recebe a medicação apropriada para sua condição clínica na dose e para administração no tempo adequado. Mas, infelizmente, a população ainda comete excessos na hora quando precisa de um remédio e um dos indicativos desta realidade são os números de intoxicação.

A própria OMS calcula que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), só em 2022, 3006 casos de intoxicação causadas pela automedicação no Estado. Neste ano, até o momento, já foram 932 casos.

Por isso, o dia 5 de maio foi destinado para ser uma data de alerta à população  quanto aos riscos causados pelo uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação. De acordo com a farmacêutica Ludmila Camargo, da Drogaria Santa Marta, é fundamental consultar um profissional de saúde para se ter a prescrição correta da dose, o medicamento adequado e a duração do tratamento.

“Quem opta pela automedicação pode causar uma resistência bacteriana, ter uma reação da sensibilidade, passar a ter dependência, ter sangramentos digestivos entre outros diversos sintomas que possam surgir, colocando até mesmo a sua vida em risco”, descreve as consequências.

Nem sempre a população aceita bem, mas a retenção de receitas de medicamentos controlados e antibióticos ajuda muito em seu uso racional  e as farmácias têm uma responsabilidade social importante nesta tarefa. “Quando retemos a receita, o consumidor só adquire a quantidade prescrita pelo profissional de saúde e isso minimiza a alteração da resistência bacteriana, que torna a antibioticoterapia ineficaz. No caso dos medicamentos de tarja preta, o controle evita a dependência”, explica.

Ludmila reforça sobre a importância de se procurar sempre um profissional de saúde para ter uma correta prescrição. “O uso inadequado pode causar o agravamento da doença, escondendo, mascarando e evoluindo para uma forma mais grave”, alerta. O consumo deve ser criterioso mesmo para os medicamentos que não precisam de receita.