A alfabetização é o processo de aprendizagem que possibilita aos indivíduos a assimilação do código utilizado na leitura e escrita. Ele depende não apenas dos momentos formais em sala de aula, sendo muito mais amplo. Desde os primeiros anos de vida, mesmo antes do reconhecimento das letras, a criança está imersa em estímulos que irão contribuir para o sucesso da alfabetização. E se o assunto é diversificação de estímulos, não podem faltar aqueles vinculados à aquisição de uma nova língua, que podem ser inseridos na rotina escolar.

 

No desenvolvimento cotidiano, o aprendizado em duas línguas atua de forma enriquecedora, sendo um aliado do despertar de habilidades cognitivas – e não uma instigação precoce, como muitos pensam. “A infância é uma fase muito favorável para a criança ser imersa em uma segunda língua. Nessa etapa, ela já compreende a sua língua-mãe. Quando você apresenta esse segundo idioma, ela tem uma facilidade muito maior de internalizar, aprender de forma natural, já que está em um momento de intensa atividade cerebral”, explica Sabrina Oliveira, diretora do Ensino Fundamental II da Escola Canadense de Goiânia – Maple Bear.

 

A diretora pedagógica observa que essa facilidade da aprendizagem na segunda língua é maior nas crianças do que nos adultos, pois os pequenos estão ainda no princípio do processo de formação da fala e aproveitam ao máximo os incentivos do meio, sendo donas de um verdadeiro “cérebro-esponja”. Nessa fase, é importante que sejam inseridos no contexto de uma rotina planejada e organizada, que inclua o novo idioma. Caso isso aconteça, é possível até mesmo afirmar que o indivíduo tem duas línguas maternas, esclarece a diretora.

 

Outro benefício do bilinguismo na infância é o favorecimento da neuroplasticidade cerebral da criança, que consiste na capacidade de pensar de novas maneiras, fazendo diferentes associações conforme as vivências diárias.  Imersa em mais de um idioma, a criança aprimora capacidades relacionadas à manutenção da atenção e organização da informação que chega até ela, segundo o estudo Bilingual Brains, da Universidade de Stanford.

 

Na Maple Bear, os alunos aprendem em Inglês a partir de um ano e meio de idade. São quatro anos de imersão total nesse idioma, praticado  nas interações escolares. Após esse período, a Língua Portuguesa é inserida na rotina escolar, até que seja atingida, no Ensino Fundamental II, uma carga horária semelhante para os dois idiomas.