Dia Internacional da Mulher: doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 das mortes de mulheres no mundo

Dia 8 de março é celebrado em todo o mundo o Dia da Mulher. Em tempos de gritos por liberdade, igualdade e empoderamento, também é preciso falar sobre saúde e qualidade de vida. Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostrou que o infarto mata três vezes mais as brasileiras (em todas as idades) do que o câncer de mama.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 de todos os óbitos de mulheres no mundo, o equivalente a aproximadamente 8,5 milhões de mortes por ano, mais de 23 mil por dia. Se antigamente, o infarto era relacionado principalmente aos homens, hoje os números estão em igualdade. Segundo estimativas da SBC, as mulheres somam quase 50% do total de mortes por ataque cardíaco, sendo que há cinco décadas a cada dez mortes por infarto, nove eram homens e apenas uma era mulher.

O médico cardiologista Arthur Pipolo justifica este aumento considerável nos casos de infarto no sexo feminino pela exposição das mulheres, nas últimas décadas, aos malefícios da vida moderna. “Fatores como estresse altíssimo, má alimentação, sedentarismo e principalmente o tabagismo começaram a fazer parte da vida e da rotina das mulheres, mal que já afligia a população masculina”, detalha.
Diferente dos homens, as mulheres podem apresentar sintomas mais leves do infarto, como a falta de ar desencadeada ao esforço ou uma dor epigástrica seguido de sensações de desconforto torácico leve. Os homens normalmente apresentam sintomas mais específicos no infarto, como a dor torácica irradiando para mandíbula ou ombro esquerdo. “Uma situação importante que observamos no dia a dia é que a mulher tem uma tendência a tolerar esses quadros de dor, demorando para procurar atendimento médico especializado”, alerta.
Para prevenir a doença, Arthur Pipolo diz que o mais importante é o check up cardiológico a partir dos 35 anos de idade, fazendo exames básicos com seu cardiologista de referência. “Os exames complementares, como o ecocardiograma e angiotomografia cardíaca, são grandes aliados na prevenção da doença cardiovascular. Nos exames de rotina com seu cardiologista, esses procedimentos podem dar um diagnóstico preciso e trazer a solução antes de algum problema maior”, explica Arthur.

Hábitos saudáveis de vida também ajudam muito, diminuindo a chance de problemas relacionados ao sistema cardiovascular. “É muito importante ressaltar que a atividade aeróbica de 150 minutos semanais aliada a uma alimentação saudável pode diminuir em quase 25% a chance de uma pessoa desenvolver doença cardiovascular”, complementa.