Eleições e agronegócio: políticas públicas para industrializar o setor

Nas eleições de 2022, o agronegócio ganhou protagonismo e temáticas sobre o assunto têm sido verdadeiras bandeiras defendidas por candidatos ligados ao setor. A valorização de políticas públicas eficientes para o agro passa por temas discutidos tanto pelos representantes das bancadas ruralistas quanto pelos ambientalistas, ambos em lados opostos. De acordo com Roberta Freire, sócia do VFA Advocacia do Agronegócio e especialista em agro ambiental e agro, a abordagem do tema nas propostas políticas se justifica, porque atualmente no Brasil, agronegócio e política são temas que se convergem.

Para a especialista, este ano ficar de fora do processo eleitoral não é opcional para quem defende qualquer um dos lados. “O agronegócio brasileiro é o que mais preserva o meio ambiente no mundo todo, mas, por outro lado, existe o desmatamento ilegal que prejudica a imagem do agronegócio. “O produtor rural é quem está mais próximo do meio ambiente e o que falta  é mais conversa sobre esses temas”, ressalta Roberta.

Segundo a advogada ambientalista Carolina Pereira, diretora da SGPA (Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura) e candidata a deputada federal pelo partido Republicanos, os interesses do Meio Ambiente devem ser temas do agronegócio através de políticas públicas, visando o desenvolvimento estratégico do setor, sobretudo, dos pequenos produtores. “O setor do agronegócio precisa ser transformado em agroindústria a fim de gerar emprego e renda para o produtor rural. Se conseguirmos fazer uma transformação dessa amplitude, até a pequena propriedade familiar será mais produtiva”, orienta.

Carolina Pereira defende a criação de uma legislação que consiga implantar políticas públicas nos órgãos ambientais de forma que os pequenos produtores rurais recebam as devidas orientações. “Legislar não é fácil, e a participação empírica de quem o faz é muito importante no processo para não gerar mais dúvidas. Como um político pode legislar sobre agronegócio sem nunca ter ido numa fazenda?”, comentou.

Segundo a advogada e diretora da SGPA, não existe a necessidade de se ter uma política pública para levar a tecnologia para o campo, uma vez que, sem esse recurso, processos educativos relacionados ao tema não executam sua finalidade. “Existe muita dificuldade para o acesso à internet nas fazendas. Precisamos facilitar o processo de internet no campo e de alguma forma, auxiliar as pessoas que estão no campo a se familiarizar com essa tecnologia”, diz.