Goiás já tem 86 mil sistemas de energia solar

Só neste ano, estado registrou a instalação de mais 16 mil novos sistemas fotovoltaicos comerciais, residenciais e industriais

Desde meados de 2010, o mercado de energia solar passa por uma evolução constante e crescente. Mudanças na tributação e popularização dos preços dos módulos fotovoltaicos fizeram a instalação de novos sistemas de energia solar disparar em Goiás. Somente neste ano, foram instaladas 16 mil usinas de energia fotovoltaica no estado, que já soma um total de 86 mil usinas instaladas em residências, comércio, indústria e no campo.

Em um ano, foram mais de 20 mil novos consumidores usufruindo da energia vinda do Sol. O que totaliza 110 mil goianos usuários de energia fotovoltaica. Esses números colocam Goiás em sétimo lugar na geração e distribuição de energia solar. Os dados são da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O município líder no mercado de geração e distribuição solar em Goiás é Goiânia, com 173 MW de capacidade instalada. Anápolis, Rio Verde e Aparecida de Goiânia são as outras cidades que superam 50 MW de potência operacional. De acordo com estimativas da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), espera-se que a capacidade instalada de energia solar em Goiás alcance números expressivos.

Essa projeção reflete o potencial de expansão do setor no estado, impulsionado por incentivos governamentais, mais redução de custos e demanda crescente por energia limpa e renovável.

Segundo a advogada especialista em Direito de Energia e vice-presidente da Comissão Especial de Direito de Energia da OAB/GO, Thawane Larissa, apesar dos avanços, há muito mercado ainda para ser expandido. “Em estados mais adiantados neste mercado, já se fala em números para daqui a sete anos, mas para termos uma projeção para 2030 é necessário considerar que o setor sofre com algumas barreiras e com o preconceito de que é um mercado somente para pessoas ricas, o que não é o caso”, defende.

Mais incentivos

Mas a advogada destaca que é preciso mais incentivos governamentais para impulsionar esse crescimento esperado pelo setor. “É necessário atenção na redução de impostos, isenções fiscais, subsídios e programas de financiamento específicos para a energia solar. Sem esquecer os investimentos em infraestrutura, que são necessários para acomodar a crescente capacidade de geração solar”, defende. A especialista destaca ainda que é primordial que o estado invista em programas de
capacitação e formação técnica, podendo assim, garantir a disponibilidade de mão de obra qualificada. “Treinamentos e cursos específicos para projetos de energia solar podem atrair mais profissionais para a área e impulsionar o crescimento do setor. Bem como mais investimentos em pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias”, rebate.

Ela acredita que ao abordar esses pontos, Goiás poderá criar um ambiente favorável para o crescimento contínuo do setor de energia solar, aproveitando todo o seu potencial de energia limpa e renovável.

Mercado no Brasil

Levantamento da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) aponta que o país superou este ano a marca de 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e terrenos. Para a entidade, os números mostram o potencial de crescimento do setor. No começo deste ano, a energia solar ultrapassou a fonte eólica (gerada pela força do vento), passando a ocupar o segundo lugar na matriz elétrica brasileira.

Do total da potência instalada no país, 14,3% vêm da energia solar, perdendo apenas para a hídrica (51%). Os dados da Absolar apontam que a tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.530 municípios e em todos os estados, sendo Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná com as maiores participações. A meta da entidade é atingir todos os 5.570 municípios até o fim do ano.

 

Thawane Larissa, especialista em Direito de Energia e vice-presidente da Comissão
Especial de Direito de Energia da OAB/GO defende mais atuação do poder público na
questão da energia solar. “É necessário atenção na redução de impostos, isenções
fiscais, subsídios e programas de financiamento específicos”.
  (Foto: divulgação)