O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), promove, de 4 de abril a 3 de junho, simultaneamente, a 8ª Campanha Nacional de Seguimento e Vacinação de Trabalhadores da Saúde contra o Sarampo e a 24ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. Haverá 965 postos de vacinação fixos nos municípios e 1.860 profissionais envolvidos nas campanhas.
A imunização contra o sarampo pretende alcançar as crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade, etapa definida como Seguimento e, ainda, os trabalhadores da saúde. Será utilizada a vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola.
A primeira etapa da vacinação contra o sarampo ocorrerá do dia 4 de abril a 3 de junho, para trabalhadores da saúde. A segunda etapa será dedicada às crianças, do dia 30 de abril a 3 de junho. A imunização ocorrerá nos postos de saúde, das 8 horas às 17 horas, sem interrupção do atendimento.
O objetivo é vacinar no mínimo 95% da população-alvo da campanha. Uma quantia de 425.748 crianças, do total de 448.156. Entre os trabalhadores da saúde, pretende-se alcançar pelo menos 196.492, do total de 206.834.
Risco
A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, destaca que o sarampo é altamente transmissível, podendo causar sérias complicações e evoluir para morte. A transmissão pode ocorrer por dispersão de gotículas com partículas virais no ar, principalmente em ambientes fechados, como creches, escolas, clínicas e meios de transporte, como ônibus, navios e aviões.
“A campanha de vacinação contra o sarampo é uma estratégia que tem como objetivo resgatar menores de 5 anos ainda não vacinados e corrigir falhas primárias da vacinação, reduzindo grandes grupos de suscetíveis”, destaca Flúvia.
O vírus pode ser transmitido seis dias antes e quatro dias após o aparecimento do exantema (manchas vermelhas na pele). Os sintomas clássicos são febre alta, exantema maculopapular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas que aparecem na mucosa oral, antecedendo o exantema.
Casos de sarampo
Em 2018, foram confirmados 9.325 casos de sarampo no Brasil, com 12 óbitos. Em 2019, foram 20.884 casos, com 16 óbitos. Em 2020, houve a confirmação de 8.444 casos, com 10 óbitos. Em 2021, foram 668 casos e 2 óbitos. Com a reintrodução do vírus do sarampo no Brasil, em 2018, e a manutenção da circulação da mesma cadeia de transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o Brasil perdeu a certificação de País livre do sarampo.
Em agosto de 2019, o registro de cinco casos confirmados de sarampo em Goiás restabeleceu uma cadeia de transmissão da doença após 20 anos sem circulação do vírus. Esse surto se estendeu de agosto de 2019 a março de 2020, quando foi registrado um total de 20 casos da doença, em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Posse e Rialma. Em 2021, foram notificados no Estado 25 casos suspeitos de sarampo, todos descartados, e em 2022 foram notificados 2 casos, também descartados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos países permanecem endêmicos para o sarampo, principalmente aqueles com baixa cobertura vacinal e com bolsões de não vacinados. “É o caso do Brasil, que desde 2019, voltou a ser endêmico para essa doença, o que levou à perda do certificado de país livre do sarampo”, alerta a gerente de Imunização da SES, Clarice Carvalho.
Influenza
Também entre os dias 4 de abril e 3 de junho, ocorrerá a 24ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, contemplando os grupos prioritários, conforme definição do Ministério da Saúde (MS). Essa vacinação tem particular relevância, pois protege populações vulneráveis em risco de desenvolver formas graves da doença, reduzindo, assim, o impacto das complicações respiratórias atribuídas a esses vírus, aliviando a sobrecarga no sistema de saúde.
Para facilitar a imunização, a campanha será realizada em duas etapas: na primeira, de 4 de abril a 2 de maio, serão vacinados idosos com 60 anos e os trabalhadores da Saúde, que somam 1.079.533 pessoas em Goiás.
No Dia D, em 30 de abril, e na segunda etapa, de 3 de maio a 3 de junho, serão vacinados gestantes, puérperas, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, professores, população indígena, pessoas com comorbidades ou deficiência permanente, forças de segurança e salvamento, forças armadas, caminhoneiros e trabalhadores do transporte coletivo, funcionários do sistema de privação de liberdade e população privada de liberdade. Essa população vacinável soma 1.292.475 pessoas.
A vacina trivalente é segura e protege contra os vírus da influenza A (H1N1 e H3N2) e influenza B. A detecção de anticorpos protetores se dá entre duas e três semanas após a vacinação, e apresenta, geralmente, duração de seis a 12 meses. A meta é vacinar, no mínimo, 90% dos grupos elegíveis.
Recomenda-se o adiamento da vacinação contra a influenza nas pessoas com quadro sugestivo de infecção pela Covid-19 em atividade, para evitar confusão com outros diagnósticos diferenciais. A vacinação deve ser adiada até a melhora clínica do quadro agudo e ausência de febre.
As vacinas contra a Covid-19 e a influenza poderão ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo, na população a partir de 12 anos de idade. No entanto, para crianças de 5 a 11 anos de idade, deve ser respeitado um intervalo mínimo de 15 dias entre os imunizantes.
O Ministério da Saúde enviou ao Estado de Goiás, para o início da primeira etapa de vacinação, 217 mil doses, as quais já foram distribuídas aos 246 municípios.
Documentos
É obrigatória a apresentação de documento pessoal para todos os grupos prioritários. Deve-se levar também o cartão de vacinação. As puérperas deverão mostrar documento pessoal e documento que comprove a gestação (certidão de nascimento do filho ou cartão de gestante). Para pessoas com doenças crônicas, mantém-se a necessidade de prescrição médica ou relatório médico, que deverá ser apresentado no dia da vacinação.
Professores, trabalhadores da Saúde, profissionais das forças de segurança e salvamento, trabalhadores de Transporte Coletivo Rodoviário de Passageiro Urbano e de Longo Curso, caminhoneiros, trabalhadores portuários devem portar documento pessoal e documento que comprove vínculo ou categoria profissional (contracheque, crachá, etc).