Óbitos por hipertensão seguem crescendo e insegurança alimentar aumenta risco

O cenário não é muito positivo para o Dia Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Hipertensão Arterial, celebrado em 26 de abril. De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, os óbitos motivados por hipertensão arterial saltaram de 47.288 em 2015 para 53.022 em 2019. Diante disso, a nutricionista Maíra Azevedo destaca a importância de usar a alimentação como estratégia de prevenção.

De fato, especialistas apontam que além do envelhecimento, estresse e histórico familiar, o sobrepeso e a obesidade não só também estão associados ao quadro de hipertensão como podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença. Além disso, o consumo excessivo de sal e hábitos alimentares também contribuem.

Alimentação na contramão

Apesar disso, as restrições da pandemia e outros impactos na economia das famílias brasileiras acabaram levando a dieta do brasileiro no sentido contrário. Um estudo recente constatou uma redução drástica no consumo de carnes, frutas, hortaliças, legumes e outros grupos. Em casos mais graves, a queda chegou a até 85%.

Como explica a nutricionista, quando associada à mudança no estilo de vida de jovens adultos – que envolve ainda um incremento no sedentarismo -, isso tem contribuído para mais casos de doenças relacionadas ao AVC.

“Quando falamos em saúde, ter uma alimentação saudável é fundamental. No caso das doenças cardiovasculares, sabemos que obesidade, diabetes e hipertensão são fatores de risco. Isso significa que pessoas que apresentam alguma dessas doenças têm uma chance maior de ter AVC,  quando comparado a indivíduos saudáveis”, argumenta.

O que não pode faltar?

Embora o controle de doenças cardiovasculares dependa de uma série de fatores, o equilíbrio da dieta é fundamental. Diante disso, alguns alimentos não podem faltar como cereais ricos em fibras, abacate, peixes ricos em ômega 3, nozes, cacau, azeite de oliva, tomate, açafrão e outros.

Mais do que isso, Maíra Azevedo reforça que é importante que haja uma mudança relevante tanto em hábitos alimentares como em relação ao estilo de vida. “Como prevenção, tenha uma alimentação rica em frutas e vegetais, dando preferência aos grãos integrais, alimentos ricos em fibras, peixes, carnes magras e produtos lácteos com baixo teor de gordura”, aconselha a especialista.

Por fim, ela recomenda que alimentos ricos em açúcares, sódio e gorduras devem ser evitados. Entre eles, ela lista carnes com alto teor de gordura, frituras, temperos prontos, embutidos (salsicha, presunto, peito de peru) enlatados, doces em geral, bolachas, biscoitos, quitandas e bebida alcóolica