O ano inicia e a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove a campanha Janeiro Roxo para ressaltar a importância do diagnóstico e enfrentamento da hanseníase. A doença é silenciosa e pode deixar sequelas graves. Causada por uma bactéria chamada Micobacterium leprae é a doença infecciosa mais antiga que se tem conhecimento. No entanto, o M. leprae só foi descoberto em 1873.

O Brasil é o segundo país no mundo em número de casos de hanseníase, com 28.660 casos, atrás apenas da Índia (120.334 casos), de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2019. Anualmente são detectados cerca de 200 mil novos casos de hanseníase no mundo. De acordo com o boletim epidemiológico enviado à OMS, somente em 2021 o Brasil diagnosticou 15.155 casos novos de hanseníase.

Entretanto, a hanseníase tem cura com diagnóstico precoce e tratamento eficaz, é o que revela a médica dermatologista Aline Longatti. E mais, com medicamentos oferecidos de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento pode variar entre seis meses a um ano. Os cuidados podem ser prorrogados ou a medicação substituída em casos especiais, dependendo de uma combinação de medicamentos antimicrobiano.

“A campanha Janeiro Roxo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é dedicada à conscientização da doença, que pode causar inúmeras sequelas se não diagnosticada e tratada rapidamente”, explica a médica. “A hanseníase é uma doença curável, mas dependendo do seu estágio de evolução pode deixar sequelas em seu portador. Por isso é fundamental o diagnóstico e tratamento precoce visando evitar complicações e garantir uma recuperação completa”, adverte.

Conforme explica Aline, a hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos. “Os doentes geralmente apresentam manchas na pele de diversos tipos: avermelhadas, marrons, esbranquiçadas, além de manchas que faltam sensibilidade, e também alterações táteis, geralmente não há sensibilidade para dor no local”, descreve.

Segundo a dermatologista, podem aparecer caroços no corpo, dolorosos e inflamados. “A doença é transmissível, no entanto, logo após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade”, diz.

Atualmente, muito se avançou no diagnóstico e no tratamento. O preconceito, porém, persiste e faz com que algumas pessoas ainda se isolem ou sejam excluídas do convívio social quando a doença é identificada.