Encontro em canteiro de obras debate sobre infecções sexualmente transmissíveis

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) estão em alta no Brasil e têm preocupado o poder público ao atingir com mais força os mais jovens. De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids, do Ministério da Saúde, houve um aumento de 64,9% das ISTs entre os jovens de 15 e 19 anos entre 2009 e 2019. A situação se agrava ainda mais na faixa etária entre 20 e 24 anos, alcançando 74,8%.

 

Com a chegada do carnaval, mesmo com as restrições sanitárias, a preocupação com a disseminação dessas infecções despertam ainda mais a atenção, inclusive nos canteiros de obras. A GPL Incorporadora, por exemplo, vai promover em suas construções palestras para orientar os colaboradores, por meio da ferramenta Diálogo Diário de Segurança (DDS), sobre a importância de se proteger contra doenças.

 

Os encontros ocorrerão durante três dias em obras diferentes da construtora. De acordo com a assistente social Bianca Carvalho, responsável pelas palestras, a iniciativa busca instruir os participantes a se prevenir, diagnosticar e buscar orientações médicas para tratamento. “Muitas vezes, as pessoas não sabem quais são os tipos de infecções sexuais mais comuns, nem a forma como são transmitidas. Há uma preocupação porque os números apontam para o crescimento dessas ISTs e se torna fundamental conhecer para evitar algo mais grave”, destaca a profissional que atua pela Embrasca, empresa especializada em ações sustentáveis.

 

Bianca destaca que a gonorreia, sífilis, herpes genitais e o HIV são as principais ISTs transmitidas e, ainda que a maioria tenha tratamento, pode provocar problemas graves e até ocasionar a morte. “O uso do preservativo continua sendo a melhor medida de prevenção contra todas essas infecções, mas percebemos que as pessoas estão se descuidando desse cuidado básico”, destaca a assistente social.

 

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, entre os indivíduos com 18 anos ou mais que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à entrevista, apenas 22,8% usaram preservativos em todas as relações sexuais. Por outro lado, 59% afirmaram que não usaram. O resultado mostra que cerca de 1 milhão de pessoas contraíram infecções sexualmente transmissíveis ao longo de 2019.

 

Conheça as principais ISTs:

 

HIV

 

É a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. É o causador da aids e atinge diretamente o sistema imunológico da pessoa, comprometendo a defesa do organismo contra doenças. O principal meio de transmissão é por meio do sexo sem o uso de preservativos, mas também pode ser transmitido pelo uso de seringa compartilhada e instrumentos que furam ou cortam e que não estejam esterilizados. Para saber se está infectado, a pessoa deve fazer o teste de HIV e, caso teste positivo, buscar auxílio médico. O SUS disponibiliza o exame gratuitamente nos postos de saúde.

 

Gonorreia

 

A transmissão ocorre em relações sexuais e o uso de perservativos é a melhor forma de prevenção. Os sintomas da doença são dor ao urinar, corrimento amarelado ou claro fora da época de menstruação e dor ou sangramento durante a relação sexual. A infecção atinge ambos os sexos, mas a maioria das mulheres não apresentam sintomas e, portanto, o diagnóstico correto deve ser feito por meio de serviço de saúde.

 

Sífilis

 

É uma doença exclusiva do ser humano, mas curável. A transmissão também ocorre por ato sexual sem o uso de preservativos, mas também pode ser transmitida para a criança durante a gestação ou o parto. Os sintomas variam conforme os estágios da doença, podendo apresentar feridas no local da entrada da bactéria, que aparecem entre 10 e 90 dias do contágio, até apresentar lesões cutâneas após 40 anos da infecção. O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de testes rápidos disponíveis nos serviços de saúde do SUS e o tratamento é feito por meio de antibiótico.

 

Herpes Genital

 

Doença causada por vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Os sintomas são bolhas que se rompem e formam feridas e, geralmente, aparecem na região genital. Antes do surgimento das bolhas, o infectado pode sentir formigamento, ardor, coceira, febre e mal-estar. É recomendado a busca por profissional de saúde para o diagnóstico e a indicação do tratamento adequado. O infectado também não deve furar as bolhas e aplicar pomadas nas feridas sem a orientação profissional.