Exposição Cidade+Arte Acessível acontece em Goiânia, na próxima semana

Goiânia recebe de 9 a 13 de agosto a Exposição Cidade + Arte Acessível no Centro-Oeste, no SESC Faiçalville. Os objetivos são conscientizar as pessoas sobre as formas de exclusão vivenciadas pelas pessoas com deficiência e apontar soluções para uma sociedade mais diversa e empática.


A exposição é uma experimentação sobre o tema da acessibilidade, diversidade e inclusão em espaços culturais e urbanos através de instalações artísticas, experiência sensorial, conteúdo audiovisual acessível com LIBRAS, áudio descrição e protagonizado por pessoas com deficiência.

A primeira edição da Exposição Cidade Acessível foi em 2014, em uma versão presencial interativa produzida na Casa da Ciência da UFRJ. Em 2018, uma nova montagem foi realizada no Museu da Vida na Fiocruz. Já em 2021, a exposição ganhou mais uma versão, em formato virtual. https://cidadeacessivel.com.br/. Mais de 20 mil pessoas visitaram a exposição ao longo dos anos.

Durante a programação haverá ainda rodas de conversas no formato presencial, com transmissão on-line e mediação virtual de Lucília Machado mestra em Diversidade e Inclusão, jornalista, pessoa com deficiência, graduada em Comunicação Social e membro da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão – UFF Acessível. Lucília é consultora especializada na questão da pessoa com deficiência, inclusão e acessibilidade, diretora da Acessar, Comunicação, Diversidade e Inclusão e podcaster –produtora e apresentadora do Podcast “Acessando Lucília” e palestrante.

Uma das participantes da roda é a presidente da Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA) Vanessa Dalla Dea, que também faz parte do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Envelhecimento (NEPEV/UFG) e da diretoria científica da Associação Síndrome de Down de Goiás.  Vanessa possui mais de 20 livros nas áreas de educação inclusiva, formação docente para inclusão, acessibilidade cultural, síndrome de down, educação, envelhecimento, práticas aquáticas e educação física. Também é pós-doutora em Estudos Culturais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Performances Culturais pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Vanessa participa também do grupo de dança Diversus e segundo ela quando falamos de acessibilidade cultural não podemos esquecer da frase que vem dos movimentos das pessoas com deficiência “Nada sobre nós sem nós” ou seja é importante que essas pessoas participem dos processos criativos dos produtos culturais.

Outra presença confirmada para a roda de conversa é de Andreia Cristina de Lima, da Associação das Mulheres Deficientes Auditivas Surdas de Goiás (AMDASGO). Andreia é deficiente auditiva, natural de Brasília (DF), enfrentou dificuldades na comunicação na infância e era obrigada a oralizar, visto que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) ainda era proibida na época.

“Sempre tive garra e participei das lutas pela comunidade surda, pela educação e pelos direitos das mulheres surdas. É com muito prazer que venho participar desta exposição”, compartilha ela hoje, que com seus 47 anos é também empresária do Instituto Goiano de Libras (IGL).

O mesmo sentimento é compartilhado por Antônio José Ferreira, jornalista, deficiente visual e que foi o primeiro presidente da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB). Antônio também esteve à frente da Secretaria Nacional da Pessoa com Deficiência e hoje é superintendente dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Goiânia.

Luana Katielly, também é presença confirmada na roda. Atriz, performer, pesquisadora cênica e licenciada em História pela Universidade Estadual de Goiás, tem sequelas decorrentes da deficiência física, mas que não a impediram de ser dançarina pelo grupo de dança Diversus, atriz do coletivo Tônus e Co-fundadora do Núcleo T-Triarte. Luana trará para a roda de conversa abordagens sobre a cultura e ressalta: “Nós podemos e somos capazes de atuar na área que quisermos e essa inclusão precisa ser discutida dia após dia para que possamos ter acessos iguais e assim desfrutar também como os demais, daquilo que é nosso por direito.”

A Exposição Cidade Acessível + Arte Acessível no Centro–Oeste será realizada também na cidade de Anápolis, de 16 a 20 de agosto, no SESC Anápolis.  O projeto foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura/Secretaria Especial de Cultura/Ministério do Turismo e tem o patrocínio das empresas Sotreq e Mercer.

As visitações poderão ser feitas de terça a sexta, das 10h às 17h, na sede do Serviço Social do Comércio (SESC) de Goiânia, no setor Faiçalville e também no SESC na unidade de Anápolis.