A obesidade é um dos desafios mais urgentes para a saúde global e por isso o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas é essencial para enfrentar essa epidemia crescente. A medicação Ozempic (semaglutida) tem chamado a atenção como um potencial tratamento para a obesidade, entretanto é fundamental analisar seus benefícios e preocupações, especialmente considerando a disponibilidade sem receita médica e os riscos associados ao uso inadequado.
Embora inicialmente desenvolvida para o tratamento da diabetes tipo 2, a Ozempic (semaglutida) tem sido estudada e utilizada em contextos de controle de peso devido aos seus mecanismos de ação. O médico Lucas Augusto, especialista em emagrecimento, hipertrofia e qualidade de vida, afirma que, “como agonista do receptor de GLP-1, a medicação retarda o esvaziamento gástrico, reduz a fome e aumenta a sensação de saciedade. Esses efeitos podem ser particularmente benéficos para pacientes que lutam contra a obesidade, já que a regulação do apetite é um aspecto fundamental na gestão do peso”.
Os estudos clínicos têm demonstrado resultados promissores no uso da Ozempic para a perda de peso em pacientes com obesidade. Além de contribuir para a redução do índice de massa corporal, a medicação também pode levar a melhorias nos marcadores de saúde metabólica, como a sensibilidade à insulina e os níveis de glicose no sangue.
Segundo Lucas Augusto, apesar das perspectivas positivas, é crucial ressaltar os riscos associados ao uso não supervisionado da Ozempic para a obesidade. “Assim como no tratamento da diabetes e perda de peso rápido, a automedicação pode resultar em efeitos adversos graves. O ajuste incorreto da dose, a falta de compreensão das instruções de administração e a ausência de monitoramento médico podem levar a complicações indesejadas”, explica.
Além disso, a obesidade é uma condição complexa, muitas vezes associada a outros problemas de saúde, como doenças cardíacas e metabólicas. A administração de Ozempic sem orientação médica adequada pode levar a interações medicamentosas prejudiciais e agravar problemas de saúde subjacentes. Além disso, estudos demonstram que o uso sem acompanhamento médico adequado faz com que 97% das pessoas tenham ganho de peso.
A disponibilidade da Ozempic sem receita médica levanta preocupações significativas. A obesidade é uma condição multifacetada e o tratamento eficaz requer uma abordagem holística e personalizada. A consulta médica é crucial para avaliar se a medicação é apropriada para o paciente, levando em consideração fatores como histórico médico, outras condições de saúde e tratamentos em andamento.
“Esta medicação oferece uma nova perspectiva no tratamento da obesidade, com resultados promissores para a perda de peso e melhorias metabólicas. Entretanto, é vital abordar as preocupações em relação ao uso inadequado, especialmente considerando a automedicação e a disponibilidade sem prescrição médica. A busca por abordagens eficazes para a obesidade e emagrecimento deve ser guiada por uma colaboração entre o paciente e o profissional de saúde, para garantir resultados positivos e minimizar riscos, sempre advirto em meu consultório que mais importante do que emagrecer é permanecer no emagrecimento”, esclarece o médico Lucas Augusto.
