UFG publica vídeo para mostrar que não só pessoas ricas estudam na Universidade e causa polêmica

A Universidade Federal de Goiás (UFG) causou polêmica entre os alunos após publicar um vídeo nas redes sociais que “Ai, porque na UFG só entra gente rica”, seguida por fotos de estudantes da universidade. Os internautas acreditam que a UFG teria usado imagens de negros e indígenas para afirmar o discurso na campanha Sisu 2024.

“Na UFG não entram só pessoas ricas, também entram indígenas e pessoas pretas!”, ironizou um jovem.

“Sempre soube que meu curso era de ‘pobi’, olha minha galera aí. Aparece duas vezes fotos da galera do curso”, escreveu uma jovem.

“É impressão minha ou chamaram pessoas indígenas de pobres na cara dura?”, disse outra pessoa.

Nota UFG

A Universidade Federal de Goiás (UFG) se orgulha de ser uma instituição de ensino superior (IES) inclusiva e que trabalha para abrir cada vez mais espaço a fim de proporcionar uma ampla representação da diversidade e condição sócio-econômica brasileira. A V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais, realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) em 2019, revelou que 75,5% do corpo discente é composto por estudantes que possuem renda mensal familiar per capita de até 1,5 salários mínimos. Ou seja, três quartos dos graduandos.

De acordo com o Relatório Integrado de Gestão de 2022, a UFG contava, nesse ano, com 19.644 estudantes matriculados na graduação. Desses, 5.337 são alunos beneficiados em 11 modalidades de bolsas de assistência estudantil.

A Lei de Cotas para o Ensino Superior (Lei nº 12.711/2012) foi sancionada em 2012, mas desde 2008 a Universidade tem o UFGInclui, iniciativa para ampliar o acesso ao ensino superior de indígenas e quilombolas, além de pessoas surdas. Mais recentemente, em 2022, foi instituída a Secretaria de Inclusão (SIN) da UFG, responsável pelo desenvolvimento, fortalecimento e concretização de políticas de inclusão para a comunidade acadêmica.

A partir da SIN são trabalhadas na Instituição questões como o reconhecimento das diferenças e da diversidade, inclusão das minorias e promoção da igualdade de oportunidades e de tratamento.

A Secom UFG lamenta o ocorrido e informa que o intuito da postagem era justamente o de destacar a inclusão e desmistificar uma antiga ideia de que só há estudantes de alta renda na Instituição. O conteúdo foi retirado logo depois da publicação, constatado que a mensagem não foi bem recebida pelos usuários